ALMA QUE SE DESNUDA


Alma que se desnuda,
Traz as marcas da dor,
Estilhaça os paradigmas,
Do corpo que borbulha,
Rasga as vestes, sem pudor,
Exalando, ainda sim, o cheiro da vida.

Alma que é regida,
Traz o brilho dos diamantes,
Carrega a paixão voraz,
Retoma a pauta da vida,
Descobre sua energia pujante,
Sopra a névoa da ilusão fugaz.

Alma nua e capaz,
Constrói soante concerto,
Ainda que num mundo atonal,
Numa dinâmica perspicaz,
Converte e refaz o imperfeito,
Lágrimas desfaz, do meu ser real.

Desnuda, minha alma palpitante!
Rompe os limites do estigma,
Saltita entre o abismo da loucura,
Chega de lucubrações rodopiantes,
De infrutíferos medos da vida,
Rasga as vestes, sem censura!

Alma que transforma a dor,
Das lágrimas impolutas, um lindo chafariz,
Das experiências, um esmeril,
Faz brotar nas pedras, rio de amor,
Sou assim, uma humilde aprendiz:
Se eu sofri, tudo me serviu!

Sou uma alma assim, feliz!

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