AMOR


Falar de amor?
Quem ousa falar?

Falavam por aí,
E eu não entendia.
Passei a ouvir isso
todo dia.

Mas queria saber!

Todos pareciam saber falar...
...mas eu não entendia.
Falavam parecendo saber!
E então, pensei ter conhecido o amor,
Como matéria de escola ensinada,
Por um respeitável professor.

Conheci o amor,
Mas não sentia nada.

"Como conhecer o amor,
Se eu não sentia?"
Perguntava isto todo dia.

Os dias se passavam,
E eu nada sentia...

Passei por ali, na esquina,
e em silêncio, perguntava
àquele mendigo, à menina
que estavam na calçada.

Onde aprender "o amor",
do amor que eu não sentia?

Porque o amor eu não sentia,
Minha alma ficava oca,
Tão oca, tão mais vazia,
Não encontrava forças
Nessa minha agonia.

Algo em mim mudou
Não sabia o que acontecia,
Ainda não compreendia.

O mundo parecia ser,
Como todos os dias,
Compadeci em ver,
O rosto que sofria.

O mundo parecia ser,
como todos os dias,
compadeci em ver
o rosto que sofria.

E minha mão a tocar
os ferimentos alheios,
e a me importar
também, ter respeito.

E parecia esquecer,
De tudo que eu questionava.
Parecia que meu viver
estava em quem ajudava.

E fazendo sem nada receber,
Mas, com certeza, recebia:
A alegria de ajudar.
Pude então perceber,
O amor que eu sentia...
E para sempre: AMAR!



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