A POESIA FOI EMBORA


No dia em que a poesia foi embora,
Tornou-se noite fria,
Ensurdeceu o coração,

Desafinou a melodia,
E tremeu a minha mão.
A lua deu adeus a noite escura,
Os grilos cantavam em desarmonia,
Congelou o coração dos apaixonados,
Reinou o pesadelo em tirania...
No dia em que a poesia foi embora,
As cores fugiram do papel,
Os solitários ficaram aprisionados,
Olhando para o infindo céu,
Resmungando da lentidão da hora.
No dia em que a poesia foi embora,
Silenciou a voz do artista,
Do dedilhar do pianista ao piano,
O riso tornou-se pranto,
E fechou-se as cortinas,
Daquele que declamava versos...
E a criação perdeu-se no espaço sideral,
No maior desastre orquestral...
Eis que a poesia nunca vá embora,
Quando existe amor no coração,
E nasce a flor do frágil botão.
Porque a poesia existe em qualquer hora.
(GEDEANE COSTA)

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